domingo, 5 de dezembro de 2010

Interface do Projeto Ateliês Integrados



Com essa imagem quis mostrar a ação pedagógica concluida e ao mesmo tempo ser possivél ver em parte cada trabalho realizado.

Avaliação Processual - Estágio Supervisionado 3

No Percurso "estranhamento do familiar" realizei um trajeto familiar, menos perigoso e neles existem escolas, quadras poliesportivas, centro de saúde e feira sendo bem significativos esses espaços para a população como meio de conforme Dewey, cobrar continuidade entre a experiência estética e a vida rompendo com a “concepção fragmentada das belas artes”.

A estética pragmatista segundo Dewey e Shusterman nos mostram que cada teoria da arte é uma resposta intelectual a determinadas condições socioculturais e às perplexidades diárias, nos convidando a soltar as amarras conceituais e ir em busca da teoria da arte que corresponda ao nosso tempo desta forma pode nos ajudar na mudança de foco, tirando-o da atenção ao objeto para direcioná-lo a atenção à experiência que envolve e estimula. Novamente devemos afirmar que o encontro da arte com a vida fundamental para que seja útil educacionalmente desta forma a proposta da disciplina Estágio Supervisionado III vem confirma essa afirmação além de ser posta em prática.
Ao caminhar pelo percurso consegui estranhar o familiar descobrindo coisas que eu nem sabia que existiam como um parquinho com balanço e outros brinquedos, além disso, uma pista própria para esqueite e ao conversar com as pessoas descobri também que a feira esta inativada, “que pena”, pois era um dos possíveis espaços que poderia ser minha porta de entrada.
As pessoas na rua se mostraram bem curiosas para saber o porquê que eu estava fotografando, achei também um vendedor ambulante que vendia jornais e revistas. Assim pode propor algumas reflexões a partir da minha experiência de trilhar entre as culturas da cidade, por exemplo: existe grande oferta de escola educação formais acredito que é de grande importância que os alunos estudem perto de seus lares para melhor desempenho e interação com seu próprio bairro; além delas tem muitas quadras poliesportivas que são possíveis locais que podem ocorrer à educação informal, pelo que observei não a nenhum direcionamento para a promoção do uso das mesmas mais algumas estavam sendo usados para jogar futebol sendo assim uma forma de interação entre os moradores do bairro, além disso, um entretenimento; pode notar também que os morados não costumam andar nas calçadas além da cultura estabelecida pôde ver que a maioria das calçadas não proporcionar uma caminhada adequada, pois faltam cimento e continuidade das mesmas contribuindo para que as pessoas não andem nas mesmas;
Assim o termo "cidade educadora" reafirmou-se nas questões propostas de ter políticas publicas que proporcione maior investimento na educação, cultura e lazer além de uma maior participação dos moradores no processo de se estabelecer uma cidade que realmente ensine.
A Escolha da porta de entrada foi baseada a principio em uma leitura metódica: Posto de saúde que visa à promoção e recuperação do paciente, tendo profissionais de saúde: Médicos, enfermeiras, téc. Enfermagem, nutricionista, psicóloga além de vigilantes, auxiliares de limpeza. Tendo a recepção onde o paciente aguarda atendimento, agenda consultas buscam soluções para problemas de saúde.
Mais logo depois fiz a leitura inspirada: vendo a calamidade que existe na saúde publica muito me preocupo, pois além do olhar de paciente tenho também o olhar de uma profissional de saúde, técnica em enfermagem, assim posso ver de perto que os pacientes não são atendidos como um todo: mental, social e físico vendo isso acredito que com a arte posso estar ajudando no sentido psicossocial levando a arte para o posto. Ajudando-os da melhor maneira possível a refletir sobre seu bairro como melhorar e amenizar os problemas, pois um pequeno gesto de atenção e uma boa conversa muitas fezes é só o que a pessoa tem buscado, e seus problemas de saúde podem estar sendo desencadeados por isto.Acredito que levar a arte para estas pessoas será uma forma delas mostrarem sua criatividade e expor os seus sentimentos.
A Etnografia da porta de entrada do Posto de Saúde nº 01 do Jardim Roriz foi algo bem familiar para mim que trabalho nesse ambiente lá encontramos uma equipe de saúde com Médico, enfermeira, técnico em enfermagem, agente comunitário de saúde, nutricionista; auxiliar de limpeza, vigilante, pacientes de todas as idades e comunidade em geral sendo utilizado pela a comunidade local com a função de restabelecer e promover a saúde existe ensino-aprendizagem através do tricô terapia para moradores locais, palestras sobre problemas de saúde são realizados em igrejas e escola, acompanhamento de diabéticos com orientações de como mudar seu estilo de vida para melhorar a saúde desta forma posso atuar na área que lida com a expressão de suas emoções, pois e algo pouco explorado e vejo que a muita carência psicossocial e segundo a OMS ( Organização Mundial da Saúde) saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.
A comunidade em que o posto é estabelecido é carente com baixa escolaridade e instruções assim necessitam de bastantes orientações e cuidados biopsicossociais que a vejam como um todo não só a doença em si mais também o lado emocional e social deste paciente com a minha proposta viso atingir o lado emocional e social os ajudando nesse aspecto.
No espaço do posto a uma entrada com bancos para espera dos pacientes, recepção, farmácia, banheiros, consultórios, sala de curativo além dos objetos que são: mobiliário hospitalar como maca, bancos, mesa, armário, equipamentos médicos como estetoscópio, termômetro, balança, esfigmomanômetro, Remédios, seringa, agulha, gazes, esparadrapo entre outros. Segundo a técnica de enfermagem: ”Posto fazia parte a muito tempo da equipe candango e depois foi fechado e reabrir a aproximadamente cinco anos pela secretária de saúde.
Tendo como hábitos as rotinas que são estabelecidas para o andamento do posto de saúde exemplos: na segunda-feira tem consulta com clinico geral, terça-feira acompanhamento do diabético,quando necessário são realizadas visitas domiciliares para realização de curativos ou atendimento médico de pessoas acamadas,a enfermeira faz o acompanhamento das crianças com o C.D (Crescimento e Desenvolvimento) agendada por ela e também a prevenção ginecológica, e a todo o momento tem sala de curativos e medicação para atender pequenas emergências.
A elaboração da proposta de intervenção foi realizada de acordo com o Projeto “Sabores e Línguas” de Antoni Miralda e conforme escrevi em minha carta como me sinto em minha cidade: ”... formiguinha onde eu pouco interajo em meio a tanta agitação e violência tenho medo de sair de casa e realmente sentir a cidade, saio quando realmente é preciso...”, decidi fazer algo que possibilitasse maior interação com a cidade e entendimento sobre a mesma assim resolvi fazer o retrato do meu bairro conforme fez Antoni Miralda manteria a sua idéia com uma produção contemporânea de arte - do quanto ela vai incorporando esse espectador na construção da obra; no lugar de um espectador passivo, existe um convite para que esse espectador passe a condição de criador, de propositor, de participador.
Mais como? Através de cartões postais em branco proporia aos pacientes a expressarem suas impressões sobre a cultura local questões ligadas à religiosidade, aos problemas sociais, a mídia, a fome, as dificuldades enfrentadas por eles, produzindo determinada imagem. A Discussão nos fóruns da proposta com orientações com formadores e tutores foi de fundamental importância para chegar à proposta de fazer um cartão postal, pois a principio a minha idéia era de trabalhar com uma grande tela em branco e tinta guache para a construção do retrato do bairro mais após dialogo com os tutores e formadores chegamos à conclusão que a tinta guache era esteticamente ruim para o trabalho e que a tela tem um custo elevado assim e projeto inicial foi substituído pelo cartão postal com uso de colagem ficando viável a sua execução.
O projeto é uma possibilidade de vermos a maneira como determinada prática artística, concebida enquanto prática cultural mostra esse imaginário deste bairro que vai nos revelando um intrigante e interessante panorama/painel sobre as questões relacionadas as identidades culturais, políticas, sociais, econômicas, religiosas do bairro através do seu retrato realizado por seus moradores dialogando com o aspecto psicossocial que deve ser trabalhando para se estabelecer a saúde de um individuo.Minha Contribuição seria dialogar com eles sobre o que eles estavam desenhando o porquê, quais as suas motivações ao fazer determinado desenho ajudando-os assim a desabafar sobre suas vidas e restabelece-lós mesmo que em parte psicossocialmente.

Esta imagem reflete bem a diversidades de possibilidades que a "Porta de Entrada" pode representar cabendo a nós ter um olhar atento a elas e captá-las como a imagem sugere que o rapazinho está captando através da câmera diversas imagens assim acredito que devemos seguir seu exemplo e descobrir um universo de coisas novas não se esquecendo de ter olhar critico e reflexivo sobre tudo que possamos captar.
A realização da proposta teve como participantes: Claudenise Batista, Maria do Socorro Lopes Sousa, Ilma Pinto de Melo, Maria do Desterro Matias, Geizilene Cirilo de Camargos, Ausira de Sousa Esteves, Zelia de Souza Vasconscelos. A principio a proposta de “usar a criatividade”, ”expressar suas idéias” sobre o bairro não foi bem aceita, pois as participantes tiveram receio de não darem conta e se sentiram incapazes de fazer tal tarefa. Mais aos poucos fui conversando com elas explicando que não era nada excepcional expor seus sentimentos sobre o bairro e que elas dariam conta sim aos poucos elas foram se organizando e começando a procurar imagens em revistas para construírem suas narrativas ao passo que conseguiram realizar o trabalho e se sentiram felizes por isso por serem capazes de realizar um trabalho que de inicio se sentiram incapazes ao final estavam todas contentes pelo resultado e orgulhosas pela exposição montada com o trabalho delas que ficaria ali durante uma semana expostos. Assim terminamos e eu agendei com elas uma próxima reunião para conversamos sobre os resultados alcançados e encerraríamos a exposição retirando as obras exposta.



Após a realização da exposição foi possível através de uma conversa com as participantes ter reflexões valiosas de que as pessoas podem se superarem no que quiser basta querer sendo capazes de fazer o que desejarem a fala de Mª do Desterro evidencia isso:
“- Pensei que era mais difícil executar a proposta mais logo descobrir que era capaz de fazer.”
Ela retratou o inicio de como o bairro foi fundado essa reflexão possibilitou termos uma visão do quanto ouve progresso e melhorias nele assim podemos dar mais valor ao que já foi conquistado nas palavras dela:
“- Era “só barro, cerrado e cheio de mato e de repente virou um bairro urbanizado”.
Essa proposta foi bastante interessante para todos no aspecto de proporcionar reflexões sobre o bairro em que vivem retratando assim sua realidade um desses retratos que marcou e nós faz pensar é o da Ausira e a Ilma que tiveram como tema a violência do bairro Ausira chegou a dizer:
“- tenho muito medo de andar a noite por causa da violência, e já fui mãe creicheira e uma das crianças que cuidei ao crescer acabou se envolvendo com drogas e sendo preso levando um tiro que acabou deixando-o na cadeira de roda, eu não aceito mais a violência em nosso bairro quero mais segurança!”
“-Se eles ficarem sem fazer nada estão mais propícios ao crime e a violência”.
Este apelo dela mostra o que todos nós desejamos que é paz então devemos ter políticas públicas que viabilize aos jovens oportunidades de emprego,entretenimento,educação e saúde onde cada um de nós somos responsáveis pois devemos exigir mais segurança da parte do governo e fazer a nossa parte para contribuir na harmonia da comunidade.

A oficina veio trazer o momento de reflexão a respeito da vida social, política e cultural do Jardim Roriz além de proporcionar uma “ação” algo que cada uma pode fazer para melhorar seu bairro um bom exemplo esta em um dos trabalhos desenvolvidos o da Zélia que em seu cartão postal retratou a idéia de um local agradável para viver e trabalhar, porem com alguns problemas estruturais e sociais ela tenta orientar as pessoas com relação a importância da promoção a saúde e prevenção de doenças para melhoria do bairro.Assim concluo este relatório com grande satisfação por ter ajudado outras pessoas a meditar sobre o local em que vivem na busca de melhorias.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Diversidade cultural

A diversidade cultural no Brasil abarca riquezas incontáveis que vão desde a cultural dos índios até a de Portugal. Sabemos que houve e ainda existe a dominação cultural onde uma maioria tenta impor seus costumes, crenças e valores a minorias, mas é um mito falar em “aldeia global”, pois cada grupo social mantêm sua identidade cultural.

Sabemos que a manutenção da identidade cultural é muito importante para se preservar a diversidades mantendo o respeito ao próximo aproveitando o que de melhor cada cultura pode ensinar.

Existe um paradigma ao mesmo tempo pois sabemos que podemos obter informações importantes sobre outras culturas,então com elas não estaríamos modificando a nossa própria cultura?Como manter a identidade cultural?

Então manteríamos a raiz da cultura sem perder os valores fundamentais e ao mesmo tempo aperfeiçoar a cultura como o conhecimento de outros; assim preservaríamos a identidade cultural e ao mesmo tempo manteríamos a diversidade cultural.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Resumo da unidade I Estágio Supervisionado 3 e Questões Multiculturais para o ensino de Arte

Estágio Supervisionado 3:
A CIDADE E SUAS POSSIBILIDADES EDUCATIVAS
O Estágio I: Como o explicado por Madalena Freire, vivenciamos uma dinâmica com movimentos que foram desde o idealizar/fantasiar ao ‘cair na real’ desilusionamentos),levando-nos à instrumentalizações para sonhos mais reais.Nesse Estágio Supervisionado 3 nossa proposta é ampliarmos a experiência de estágio para além dos muros da escola tomando a cidade como referência para a elaboração de projetos de ação educativa. O desafio é olhar para a cidade de uma maneira diferente, - olhar daquele que acaba de chegar, de quem acaba de nascer para a eterna novidade do mundo.
Defender um projeto de cidades educadoras é realçar seu caráter de agente formadora, sua dimensão educativa. Todas as cidades educam, à medida que a relação do sujeito, do habitante, com esse espaço é de interação ativa [...]. (CAVALCANTI, 2001, p. 21).
A cultura diz respeito a todos os fazeres, saberes e viveres pelos quais as pessoas se constituem em seus lugares, nas suas cidades, nas suas terras. A cultura diz respeito às diferentes maneiras como as pessoas trabalham, produzem, pensam as mais diferentes profissões/ações que compõem a vida da sua cidade – a sua dinâmica, as particularidades de cada bairro.
1.2 Imagens : (des )construções - Proposta para um passeio etnográfico
Tornar o familiar estranho !!!
Frequentemente, a arte que existe em nossa vida cotidiana é invisível.No entanto, quando a arte local é interpretada a partir do seu contexto, essainterpretação aciona não só uma maior compreensão da arte em si, mas também uma análise crítica do sistema de produção e dos valores nela refletidos (...). O perturbamento do familiar descreve esse processo de tornar visível a arte e a cultura locais(...). (BASTOS, 2006).
Exercitemos, então, um novo olhar para essa cidade, um olhar poderoso,desconstruidor de discursos caracterizadores e imagens construídas, em busca de visualidades, territorialidades, espacialidades, em uma perspectiva multicultural crítica.

Questões Multiculturais para o ensino de Arte
POR QUE O PRAGMATISMO? IMAGINANDO NOVAS FORMAS DE ENSINO DA ARTE
De fato, o que me interessa especialmente no pragmatismo, como perspectiva filosófica para abordar os desafios da educação artística atual e repensar uma renovação da mesma, é justamente seu caráter antinormativo,sua posição crítica ante a ditadura do método e sua nula pretensão de ser um modelo de explicação da realidade. Espero que ninguém acredite que estamos diante de uma nova doutrina na busca de soluções para os problemas do ensino da arte. São várias as idéias pragmatistas que, acredito, podem ser uma sentinela para se repensar o ensino da arte: O questionamento do instituído: Uma perspectiva pragmatista nos força a manter alerta diante do conhecimento já estabelecido e olhar sem medo para uma mudança de paradigmas.
Dewey e Shusterman nos mostram que cada teoria da arte é uma resposta intelectual a determinadas condições socioculturais e às perplexidades diárias, nos convidando a soltar as amarras conceituais e ir em busca da teoria da arte que corresponda ao nosso tempo.
De fato, um dos principais dilemas da educação artística – a escolha do tema – vem da natureza fragmentada de nossa experiência estética, já que, por um lado convivemos e desfrutamos de formas culturais muito distantes dos modelos de arte culta, ao mesmo tempo que, como professores, somos formados para valorizar as formas estéticas da aristocracia culturalmente mais refinada.
1.1. A Arte como experiência e relato aberto
Para começar, é preciso tirar a arte e suas obras da dimensão transcendental onde a tradição moderna as colocou – o que Dewey (1934) descreve como “a concepção museística da arte”. acredito que seja mais adequado conceber as produções artísticas como relatos abertos à investigação criativa.Proponho que a abordagem da obra de arte seja feita, não como uma mensagem cifrada que podemos desvendar, mas como um resumo de experiências que podem ter infinitas interpretações, pois a essência e o valor da arte não está na obra em si, senão na atividade experimental através da qual essa obra foi criada e é observada ou utilizada.
Conceber as obras de arte como relatos abertos pressupõe:
1. Neutralizar seu caráter elitista (Greene, 2005), vivenciando-as como exemplos de experiências estéticas que alcançaram um grau de consenso social que as tornaram aceitas pela maioria.
2. Experimentá-las em seu contexto histórico e cultural, e não como elementos isolados, aceitando que seus significados podem mudar com a mudança dos hábitos e realidades que influenciam nossas experiências (Dewey, 1934, Geertz, 1983, Barthes, 1971).
3. Compreendê-las em termos de experiências de vida (Dewey, 1934),tratando-as como tecidos de crenças e desejos. Assim, a obra de arte não faz mais do que desenvolver e acentuar o que é significativamente valioso nas coisas que apreciamos diariamente. Esse ponto de vista de Dewey é particularmente interessante porque nos permite estabelecer que nossa tarefa como educadores será restaurar a continuidade entre as formas refinadas e intensas da experiência – as obras de arte – e os
Acontecimentos que constroem a experiência cotidiana.
Para Dewey, cobrar essa continuidade entre a experiência estética e a vida, é uma forma de romper com a “concepção fragmentada das belas artes”.É justamente nesse terreno que encontramos os fundamentos da resposta a um dos dilemas mais vivos do ensino da arte atual: a delimitação do campo de estudo. Certamente, buscar a continuidade da experiência estética com outros processos vitais, traz como conseqüência que nos vejamos agradavelmente encorajados a ampliar nosso campo de estudo para todos os produtos artísticos geradores deste tipo de experiência, sejam eles das belas artes, das artes populares ou da chamada cultura visual.
1.2.1. O diálogo com a Cultura Visual
Os estudos de cultura visual abriram o foco dos pesquisadores de arte – filósofos, historiadores, antropólogos ou educadores – para formas culturais muito mais vitais para a experiência estética da maioria da população contemporânea. A arte erudita foi e ainda é usada como instrumento legitimador de certas ideologias hegemônicas e reforçador do status quo de uma aristocracia cultural.
Porém, isso não exclui a possibilidade de aplicações diferentes e é a isso que se refere Shusterman quando afirma ser possível promover uma agenda ética a partir da arte culta. Artes, cultura visual e outras formas de cultura estética podem compartilhar o mesmo espaço educacional. O problema não está no objeto de estudo, senão no uso que fazemos dele. Concebidas através da perspectiva da experiência, as imagens da cultura visual atual, o legado artístico herdado e as formas mais premiadas da arte canônica são apenas respostas humanas, em formato estético, aos problemas vitais de hoje e de sempre ou à circunstâncias semelhantes àquelas que vivenciamos em algum momento. Todas essas formas de manifestação cultural – sejam populares, cultas, canônicas ou de massas – constituem diferentes respostas a necessidades de expressão cultural e experiências estéticas parecidas, mediadas por um contexto que lhes dá sentido.
1.2.2 O diálogo com a arte popular
Segundo Shusterman, esses e outros ensaios foram absorvidos pelo próprio sistema, aprofundando sem querer a separação entre as aristocracias culturais e a população culturalmente submissa, reforçando ainda mais seu sentimento de ignorância e inferioridade. Shusterman continua dizendo que quando a arte erudita se opõe à arte popular, surge um elemento configurador de um novo cenário para o rompimento desta hegemonia cultural e a transformação da concepção de arte que dominou durante séculos.
Mais uma vez, creio que a estética pragmatista pode nos ajudar na mudança de foco, tirando-o da atenção ao objeto para direcioná-lo a atenção à experiência que envolve e estimula. Novamente devemos afirmar que o encontro da arte com a vida (fundamental para que seja útil educacionalmente) não resulta da natureza do objeto artístico, e sim do uso que fazemos dele.